Mario e Antonio são amigos de infância e companheiros de adolescência. Desde o início de sua amizade, compartilharam as desventuras vividas entre a família desestruturada do primeiro e sentimento de fracasso paterno do segundo. Com a força cultivada no enfrentamento de seus demônios passados, ambos conhecem cedo o sucesso profissional e o bem-estar material um como redator publicitário em ascensão, o outro como administrador das empresas da família da esposa. Confrontando a fragilidade e a ilusão de seus percursos, Mario se vê às voltas com perseguições de automóveis, mortes misteriosas e agentes russos que só ele enxerga, e o ambicioso Antonio, com o duro reconhecimento do vazio de suas certezas. Num hábil jogo de ruptura e continuidade, em que os personagens se constroem no entrelaçamento de consciência angustiada, fragmentos de memória e a realidade da metrópole, Carlos Eduardo de Magalhães produz o retrato de indivíduos no limiar de serem devorados por suas próprias vidas. E os jacarés, à espreita, rastejam às margens do rio Pinheiros.