A coleção Ponte Velha, publicada pela Escrituras Editora com o apoio do Ministério da Cultura de Portugal e Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), apresenta Oralidade, futuro da arte?, antologia de Ernesto de Sousa, organizada por Isabel Alves. Ernesto de Sousa (1921-1988) foi uma personalidade (operador estético, como se autodesignava) fundamental no desenvolvimento da cultura portuguesa, especialmente anos 1960 e 70. Os seus assuntos centrais são as artes visuais e as performativas. Partindo do neorrealismo (nos anos 1940 e 50), de que foi um animado defensor, foi chegando a novas propostas, como o conceitualismo, e aos movimentos de vanguarda dos anos 1960 e 70, como o Fluxus. O seu interesse pela arte popular foi paralelo ao seu interesse pela arte dita erudita, colocando-as em diálogo. A sua atividade como crítico de arte foi complementada com a de impulsionador de publicações e exposições (de que se destaca a Alternativa Zero, em 1977), sempre num espírito polêmico e instigando a reflexão e a ação. Também foi ele próprio criador de cultura. Foi desde cineasta a fotógrafo de mixed-media.