Pareyson projetou este livro como expressão acabada do pensamento que foi maturando em diálogo com as principais tendências filosóficas contemporâneas. A seu ver, o problema da liberdade é o tema fundamental da especulação moderna que deve ser levado adiante por meio do aprofundamento sobretudo dos êxitos do existencialismo, ou seja, da filosofia cujo centro é a relação entre ser e liberdade. Este livro insere-se no filão da literatura existencialista do século XX, junto aos de Heidegger, Jaspers, Marcel e Berdjaev, com os quais Pareyson esteve em diálogo e cujos resultados originais se enraízam na meditação contínua da herança da filosofia romântica, de Schelling e da filosofia da interpretação, a qual foi um dos primeiros a teorizar. Segundo Pareyson, a filosofia da liberdade também se configura como interpretação da experiência religiosa, que, ademais, proporciona um efeito filosófico rigoroso à nova sensibilidade pelo mito. Desenvolvida no quadro de uma renovada tematização da relação entre filosofia e religião, a hermenêutica do mito é uma tentativa de resposta à experiência do mal e do sofrimento que assinala a existência humana.