Segundo a Organização Internacional do Trabalho, no ano 2000 havia no mundo 160 milhões de desempregados, dos quais 50 milhões nos países desenvolvidos. Além disso, 500 milhões de trabalhadores dispunham de um rendimento inferior a um dólar por dia. A crueldade destes números é a força motriz da luta do novo internacionalismo operário - as lutas operárias, neste início de século XXI, ganham articulação mundial. Em 'Trabalhar o mundo', Boaventura de Sousa Santos, uma das vozes mais atuantes na luta contra a globalização excludente, analisa a internacionalização da miséria do proletariado. Dividido em três partes, o livro aponta os principais entraves a esse movimento e às formas de cooperação laboral transnacional. A primeira parte do livro centra os debates na análise do sindicalismo como velho protagonista do internacionalismo operário e no registro organizacional que existe atualmente. Na segunda parte, o autor define os contornos organizacionais do internacionalismo operário, assinalando vários níveis de intervenção sindical trasnacional - mundial, regional, sectorial e de empresa. Por último, Boaventura propõe um conjunto de teses que emergem da leitura global dos textos de 'Trabalhar o mundo'.