Até sua morte, em 1970, a obra do psicanalista húngaro Michael Balint, sem dúvida um dos principais teóricos das relações objetais precoces em psicanálise, foi praticamente negligenciada e teve a divulgação restrita à sua prática com os chamados “grupos Balint”. Muito além daquele que foi o responsável pela criação destes grupos de discussão sobre as relações entre médico e paciente, o Balint, a quem o autor se refere no decorrer deste trabalho, é aquele psicanalista que, tomando como referência a teoria e a prática da psicanálise herdada de Sándor Ferenczi, faz o leitor pensar a partir de suas ideias e de sua trajetória, na dimensão trágica que constitui a existência humana.