O ano nu, de Boris Pilniák (1894-1938), tem posição singular entre as narrativas que procuram captar, no calor da hora, a atmosfera caótica que marca os primeiros anos da Revolução Russa. Publicado em 1922, este livro transcorre num vilarejo à beira das estepes orientais, onde acompanha o declínio da nobreza rural e a ascensão dos camponeses. Com seus ciclos e repetições, a natureza tem aqui papel de destaque, conferindo à obra um andamento que escapa aos limites do romance tradicional. O resultado é uma forma literária nova, que - como nota Georges Nivat no posfácio - está próxima das experiências do cinema de vanguarda de Dziga Vertov e Serguei Eisenstein. Tal capacidade inventiva se reflete também na linguagem de O ano nu, repleta de arcaísmos, onomatopeias, refrões e citações de crônicas antigas. Um desafio enfrentado à altura pela tradução rigorosa e criativa de Lucas Simone. Este livro faz parte da série Narrativas da Revolução, dirigida por Bruno Barretto Gomide, da Universidade de São Paulo. Publicadas na década de 1920, as cinco obras de ficção escolhidas dialogam diretamente com a Revolução Russa de 1917 e dão prova da diversidade de caminhos estéticos e da extraordinária força inventiva do período.O ano nu, de Boris Pilniak (1894-1938), tem posicao singular entre as narrativas que procuram captar, no calor da hora, a atmosfera caotica que marca os primeiros anos da Revolucao Russa. Publicado em 1922, este livro transcorre num vilarejo a beira das estepes orientais, onde acompanha o declinio da nobreza rural e a ascensao dos camponeses. Com seus ciclos e repeticoes, a natureza tem aqui papel de destaque, conferindo a obra um andamento que escapa aos limites do romance tradicional. O resultado e uma forma literaria nova, que como nota Georges Nivat no posfacio esta proxima das experiencias do cinema de vanguarda de Dziga Vertov e Serguei Eisenstein. Tal capacidade inventiva se reflete tambem na linguagem de O ano nu, repleta de arcaismos, onomatopeias, refroes e citacoes de cronicas antigas. Um desafio enfrentado a altura pela traducao rigorosa e criativa de Lucas Simone.O ano nu, de Boris Pilniak (1894-1938), tem posicao singular entre as narrativas que procuram captar, no calor da hora, a atmosfera caotica que marca os primeiros anos da Revolucao Russa. Publicado em 1922, este livro transcorre num vilarejo a beira das estepes orientais, onde acompanha o declinio da nobreza rural e a ascensao dos camponeses. Com seus ciclos e repeticoes, a natureza tem aqui papel de destaque, conferindo a obra um andamento que escapa aos limites do romance tradicional. O resultado e uma forma literaria nova, que como nota Georges Nivat no posfacio esta proxima das experiencias do cinema de vanguarda de Dziga Vertov e Serguei Eisenstein. Tal capacidade inventiva se reflete tambem na linguagem de O ano nu, repleta de arcaismos, onomatopeias, refroes e citacoes de cronicas antigas. Um desafio enfrentado a altura pela traducao rigorosa e criativa de Lucas Simone.