O conjunto das reflexões que conhecemos como semântica moderna – termo que cobre uma amplitude pouco uniforme de abordagens sobre o significado – baseou-se, fundamentalmente, nas possibilidades de se calcular o significado. A noção de cálculo aqui referida não é uniforme nas diversas abordagens semânticas, onde costuma ser utilizada, nem guarda, necessariamente, o mesmo rigor formal da lógica, em relação ao cálculo dos predicados. Nem todos os formatos de descrição do significado, produzidos no interior dessas abordagens, primam por procedimentos algorítmicos que fariam jus a uma extensão do cálculo; mas todos são vistos, nem sempre pelos próprios autores, como tentativa de formalização do significado, o que torna a extensão natural. Se percorrermos a reflexão recente naquilo que se tem produzido de mais relevante sobre o sentido, seja numa análise teórica da sua concepção a partir das teorias semânticas, seja numa orientação pragmática, decorrente de abordagens sobre o processo enunciativo, vamos deparar com intervenções distintas que, para efeito de análise, podemos reunir nas três direções: (a) o sentido se constrói no sistema; (b) o sentido se constrói no sujeito; (c) o sentido se constrói no processo histórico.