Sobrevivendo no Inferno é um relato reflexivo e crítico., comovente e persuasivo, sobre o calvário da juventude brasileira, envolvida em um verdadeiro genocídio, paradoxalmente acompanhado com apatia e perplexidade pela sociedade e boa parte do mundo político. O objeto desse livro, é, portanto, o nervo de nossa história contemporânea, a maior de nossas tragédias: são 68 jovens, entre 15 e 19 anos, que morrem, anualmente, por causas violentas, em cada grupo de 100 mil habitantes. Na região Sudeste, a taxa sobe para 73 mortes por 100 mil habitantes. O perfil demográfico brasileiro já apresenta um déficit de jovens do sexo masculino só comparável ao que se encontra nas sociedades em guerra. Os jovens são as vítimas e os perpetradores, perdidos em uma dinâmica autofágica. A mensangem essencial é simples e poderosa: o drama da adolescência pobre e excluída, no contexto cultural consumista, hedonista, individualista mas ambivalente, racista e estigmatizante, marcado por desigualdades extremas, é a história sombria de uma persistente invisibilidade social. A violência e o delito são interpelações articuladas na linguagem destrutiva do medo.(...)