Não é uma obra fácil. Certamente, em algum ponto, irá esbarrar no pudor normalizado, na hipocrisia social ou na contenção religiosa do leitor. O desconforto é tanto previsto quanto almejado. É basicamente impossível falar em sexo, violação ou perversão sem causar algum incômodo. A primitividade da sexualidade, tão presente no íntimo de cada homem ou mulher, foi revestida por camadas de convenções em prol da sociabilidade, de modo que o discurso aceitável sobre o tema implica em parcial negação da sua obscuridade.