Há mitos que se eternizam. Passam anos, décadas e séculos e permanecem cristalizados, como se representassem verdades absolutas. Com certeza o mito do amor materno é um deles. O impulso sexual que assegura a perpetuação da espécie acaba sendo apropriado por todas as crenças, credos e religiões. Além de solenizar a união heterossexual, como um sacramento, a prática sexual é imposta como um dever, a ponto de falar-se em débito conjugal. A procriação torna-se obrigatória. Inclusive é negado acesso ao casamento a quem não tem capacitade procriativa. E a união estéril pode ser anulada.