Após a caracterização da indústria de fundos de investimento mobiliário (FIM) em Portugal e da revisão da literatura na área da avaliação do desempenho de carteiras de investimento, o modelo de Henriksson e Merton (1981) é aplicado a uma amostra de FIM portugueses, composta por fundos nacionais, União Europeia e internacionais, com o objectivo de avaliar o seu desempenho nas vertentes de selectividade e timing.Os resultados sugerem que o não conhecimento das previsões dos gestores relativamente ao mercado parece limitar a utilização dos testes não paramétricos. Os testes paramétricos revelam incapacidade de selectividade e timing dos gestores de fundos, havendo mesmo alguma evidência de timing negativo, sendo este mais relevante para os fundos nacionais. É também observada uma acentuada correlação negativa entre estas duas componentes do desempenho, sendo mais notória para os fundos internacionais. São ainda detectados indícios de uma deficiente especificação da carteira de mercado e/ou da omissão de factores relevantes no modelo, assim como de estratégias de investimento similares entre os fundos ("herding behaviour").