Existiria uma lógica da paixão amorosa? Como tornar inteligíveis os estados passionais a priori irracionais? Como explicar sua gênese enquanto eles mostram apenas uma coisa: a confissão de um sofrimento? Rico em cenas e em casos clínicos, este livro deve sua inspiração à observação do cotidiano, tanto quanto à prática da psicanálise. Situando-se no centro do fenômeno passional, Roland Gori nos leva a uma reflexão inédita, descrevendo a paixão como um estado produzido pela poética da linguagem, por uma espécie de mal da língua que se impõe por meio de uma implacável sedução entre dois seres. Aquele que viveu o estado passional encontrará aqui três figuras originais: o amor, o ódio, a ignorância. O estudo do estado passional pela psicanálise possibilita captar a essência do amor louco ou o sentido dos dilaceramentos mutuamente impostos pelos amantes, ou ainda o desamparo do homem repelido. Seguindo o caminho de Clérambault, este estudo esclarece também o fetichismo particular ligado á relação passional.