Desde Fröbel, pedagogo alemão da primeira metade do século XIX, a brincadeira aparece como um componente central de programas pré-escolares no âmbito do Jardim de Infância --- Kindergarten --- cujo modelo foi difundido no mundo inteiro. Ocorre, porém, que outras tradições continuaram e continuam a pensar a educação com base em modelo escolar, didatizado, que oferece apenas um espaço limitado à brincadeira,na maioria das vezes, aquele de uma recreação necessária. Essa rejeição ao lúdico é fruto de uma visão formalista de educação em oposição a sua exaltação parcialmente mítica procedente do romantismo. Sair dessa oposição pressupõe romper com mitos e pressupostos em relação ao brincar para compreender as lógicas educativas. Para isso, não se pode falar mais da brincadeira em geral, mas captar aquilo que faz a criança quando brinca e analisar o que importa desses comportamentos,conteúdos propostos por esta obra. Gilles Brougère