Após Magnólia, sua bem-sucedida estréia na literatura, Marcia Tiburi dá continuidade à Trilogia Íntima com o romance A Mulher de Costas. Neste segundo volume, o vôo do inseto dá lugar ao rastejar do réptil, e a umidade das gavetas abre-se num deserto de paisagens e miragens. Em A Mulher de Costas, a gaúcha Marcia Tiburi traça uma nova visão de uma cultura e de uma região. Reconstruindo a mitologia pampiana e as Lendas do Sul de João Simões Lopes Neto, marcadas pelas guerras fronteiriças e uma inabalável imagem masculina, ela inclui finalmente o discurso feminino numa narrativa épica. Sua personagem é um ser híbrido, princesa moura e salamandra, metamorfoseando-se enquanto atravessa um vasto deserto: a mulher, mitificada e incompreendida, está de costas porque não consegue se encarar, não sabe ao certo o que tem de mito e o que tem de humano. Porém, seguindo o seu caminho, torna-se capaz de encontrar uma voz própria em um cenário marcadamente masculino. Reduzindo, assim, a sua distância e crescendo como ser.