Durante o Estado Novo, Patrícia Galvão, mais conhecida como Pagú com acento, tal como assinava, foi condenada por atividade comunista e detida em diversas prisões de São Paulo e do Rio de Janeiro entre 1936 e 1940, ocasião em que escreveu este texto. Até onde chega a sonda, de 1939, permaneceu inacabado e inédito até o presente momento, sendo uma de duas versões existentes. Diferente de todos os seus textos anteriores conhecidos, aqui se vê a face interior de Patrícia Galvão. O contexto de angústia e de tortura física e psicológica é refletido no livro a partir de um forte teor existencialista, de repúdio à racionalidade e de busca constante por salvação. As referências a As flores do mal, de Charles Baudelaire, à Bíblia e aos escritos de Pascal dão pistas para a leitura, que se transforma em verdadeira sondagem.