Pantanal, da extinta Rede Manchete, marcou a história da televisão e mudou o rumo da teledramaturgia brasileira. Sua estréia aconteceu em 1990, Ano Internacional do Meio Ambiente, antecipando a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada dois anos depois no Rio de Janeiro, quando a telenovela foi novamente transmitida pela Manchete. Naquele momento, a ecologia ultrapassou os discursos da elite e invadiu a alma dos brasileiros. O Brasil rural que se escondia nos programas de música sertaneja nas manhãs de domingo integrou-se ao cotidiano das grandes cidades. Pantanal revelou uma nova linguagem e mostrou cenas de amor e sexo recheadas de um erotismo lírico nunca visto na telinha. O nu virou notícia, mas não explicou a magia das imagens e dos personagens míticos que se misturavam com a natureza num paraíso selvagem onde era possível existirem equilíbrio e serenidade. O resultado de audiência foi tão impressionante que provocou uma guerra entre as concorrentes. Dezoito anos depois, Pantanal volta a despertar o interesse de milhões de brasileiros sintonizados agora no SBT, garantindo à emissora o segundo lugar de 22h20 a 23h37. Pantanal é, enfim, uma referência de qualidade na televisão, merecedora, portanto, de análise e avaliação.