Neste livro, Alberto Moravia reinventa a pré-história e cria algumas dezenas de contos, em diversos sentidos, fabulosos. Num deles, por exemplo, descobrimos a origem das lágrimas de ´Croco Dilo´; em outro, por que o ´Cama Leão´ muda de cor; ou ainda como ´Ba Leia´ deixou de ser um pequeno peixinho e como o unicórnio se transformou em ´Rino Ceronte´. Nesse universo de pernas para o ar, em que a fantasia dita as normas, a ´Pre Guiça´ pode ser chefe do corpo de bombeiros, o ´Can Guru´ quer se comunicar com os homens e estes, bem, estes... desfrutavam sem compromisso das delicias do ´Jardim do Eh Dehn´. Estas histórias, ainda que repletas de animais, não podem ser chamadas simplesmente de fábulas, porque Moravia não quer, como La Fontaine, dar lições de moral. Antimoralista convicto, as fabulas de Moravia são antifábulas ou fábulas pelo avesso. Ao subverter a expectativa e até a lógica das histórias infantis, estas narrativas colocam o leitor (seja ele criança ou adulto) diante de um universo rico e desafiador. O mesmo procedimento esta presente no modo como o autor utiliza os provérbios, ora alterando-lhes o sentido, ora simplesmente mostrando que nem sempre eles correspondem a verdade. As antifábulas de Moravia seguem contra a correnteza, e buscam revelar não como as coisas aconteceram, mas como poderiam ter acontecido.Era uma vez um tempo antes do tempo, quando tudo ainda estava por fazer e a Historia por inventar. Neste livro, o escritor italiano Alberto Moravia (1907-1990) conta 24 historias divertidissimas, que subvertem a logica das narrativas infantis e nos levam a olhar o mundo como ele e - sonhando com aquele que poderia ser.