João de Jesus Paes Loureiro é um dos poetas mais importantes da literatura contemporânea brasileira. Recebeu o prêmio de Melhor Poesia da APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte, foi finalista do Prêmio Jabuti e suas obras já foram publicadas na França, Alemanha, Japão, Itália, Estados Unidos, Colômbia e Portugal. Como pesquisador da Cultura Amazônica, percorre o mundo participando de conferências e eventos internacionais, como o Ano do Brasil na França. Seu trabalho mais recente é Água da fonte, um livro cuja unidade poética flui de sua fonte, a infância como origem. Não apenas a infância que o poeta transvive, mas a que nasce da palavra poética como olho d’água da linguagem. Uma forma de inocência original do ser diante do mundo e de si mesmo. Incessante redescoberta do tempo. Há inesperada acuidade visual, técnica pictórica, alegorização da metáfora, o pormenor e o metafísico, densidade poética e clareza formal, mergulho nos encantamentos do mundo, em um mundo que se desencanta. Ou, ainda, a revelação das encantarias submersas na linguagem, que é como o poeta Paes Loureiro costuma definir a poesia. A obra poética de Paes Loureiro tem uma universalidade construída a partir de signos do mundo amazônico - cultura, história, imaginário - propiciando uma cosmovisão e particular leitura do mundo contemporâneo. Dialogando com as principais fontes e correntes literárias da atualidade, realiza uma obra original, quase uma suma poética de compreensão sensível do mundo por meio das fontes amazônicas, em que o mito se revela como metáfora do real. A parte ensaísta de sua obra está constituída pela preferência relativa aos temas e reflexões de caráter transversal, seja no âmbito da cultura, mas, também, da estética, semiótica, do imaginário, da poética. Seu ponto de partida, de um modo geral, é a realidade cultural da Amazônia. Sua leitura da Amazônia é considerada original e significativa para a compreensão desse mundo e do mundo em que vivemos.