Jane Soares de Almeida, utilizando fontes de natureza bibliográfica e documental; trabalhando na interface dos estudos sobre educação, religião e gênero; construindo um texto, ao mesmo tempo, rigoroso, claro e elegante, vai mostrando como a imagética, culturalmente construída, do homem como provedor e da mulher como rainha do lar foi utilizada, por meio da religião e da educação, para manter e reproduzir não apenas a dominação masculina, mas a própria estrutura da sociedade de classes em seus diferentes momentos históricos. Embora os estudos históricos da autora cheguem até a década de 1930 e ela anuncie a necessidade de aprofundar os estudos dos anos subseqüentes, suas reflexões finais tecem interessantes considerações sobre o feminismo a partir daquela data até as atuais transformações e os novos desafios que estão colocados no âmbito das relações de gênero.