Diego usa palavras grandes para tentar colocar no papel a densidade dos seus dizeres. Palavras que devem ser degustadas aos poucos, mas com força, como a água e o café. Palavras que devem ser lidas com suavidade, como a pele e o respiro. Nomes que devem ser sentidos, como Sofia, Hilda e Teresa. São palavras que escorrem e nos remetem a mares e a frestas. Há uma fagulha na poesia de Diego e a sensação é de que, em algum momento, seu livro irá explodir. E Tarsila esse nome que é mais sentido que os outros. Este livro é dois livros em um. Há um abismo entre as primeiras leituras e tudo o que se refere a Tarsila nas palavras e versos e profundidade e afeto que regem as mãos de Diego quando escrevem sobre sua filha. É históriamor, palavrafeto. É a imensidão do indizível tentando caber no papel para que esse pai nunca se perca. É possível se perder diante da potência desse encontro? Afirmo que não. Diego afirma que não. [...]