Este livro narra uma viagem de três meses e meio pelo território dos povos desconhecidos da Amazônia, nas terras altas do vale do Javari, no Amazonas, na fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia. Um dos lugares mais remotos e inexplorados do planeta, próximo às cabeceiras dos rios Itaquaí, Jutaí e Jandiatuba - essa é a terra dos misteriosos "flecheiros", uma tribo raramente vista, índios que se destacam pela destreza no manejo do arco e pelas flechas de ponta envenenada, que não hesitam em disparar na defesa de seu território contra os intrusos. Os flecheiros são uma das tribos não contatadas, os isolados, que vivem em áreas praticamente inexploradas da floresta amazônica. Não se sabe ao certo quem são, onde estão, quantos são e que línguas falam. São homens invisíveis. Trinta e cinco homens entram na selva à procura dos sinais desse povo desconhecido. O objetivo não é contatá-los, mas encontrar provas de sua existência e mapear o território em que vivem, espremidos pelo avanço da civilização branca. O líder da expedição, o indigenista Sydney Possuelo, sabe que chegar perto dos nativos cria uma situação de perigo para os dois lados. Os isolados vêem os de fora - invasores, grileiros, garimpeiros, caçadores - como ameaça, e os mantêm na mira de suas zarabatanas. Possuelo tenta a todo o custo evitar o contato, que seria trágico para os índios, já que para eles um simples resfriado pode ser fatal. Eles têm fama de ser valentes guerreiros e exímios flecheiros, mas não possuem anticorpos contra as doenças dos "civilizados". De alguma forma, os homens da expedição têm de demonstrar que não estão ali para atacá-los, e sim para planejar e desenvolver ações que os protejam e garantam seu direito de permanecer isolados. Enquanto for possível.