Objetiva-se neste trabalho analisar a construção do ethos dos tradutores e dos intérpretes de língua de sinais e português (TILSP) por meio dos imaginários sociodiscursivos que circulam acerca desse profissional. O ethos é um conceito articulado desde os tempos Aristotélicos e que mais recentemente passou a integrar o quadro de investigação da Pragmática e da Análise do Discurso. Nesta concepção, a construção da imagem de si (ethos) passa por dois momentos: anterior ao ato de linguagem (ethos pré-discursivo) e durante a enunciação do sujeito que fala (ethos discursivo). Assim sendo, o ponto de partida deste trabalho consiste, por um lado, em problematizar os documentos institucionais em relação à profissão e, por outro, analisar os próprios dizeres que os sujeitos produzem a respeito de si. Observa-se que a construção do ethos dos TILSP não depende somente dos próprios profissionais, mas (i) dos documentos oficiais que regulam a profissão e (ii) das instituições que os contratam. Assim, cada instituição revestida pela chamada doxa institucional isto é, por um conjunto de representações acerca do profissional, constrói o cargo dos TILSP de acordo com suas próprias concepções e interesses. Este fato coopera significativamente para fragmentar atuação profissional.