No livro com o qual Camila Leonardo Nandi de Albuquerque e Sandro Luiz Bazzanella nos brindam, os autores, em uma profunda e percuciente escavação, vão à raiz do problema da judicialização da política, buscando no referencial teórico de Giorgio Agamben uma caixa de ferramentas (como diria Foucault), um arcabouço conceitual suficiente para \u201crachar\u201d a judicialização e mostrar o que há no interior dessa \u201ccoisa\u201d \u2013 que não é a \u201ccoisa em si\u201d \u2013, isto é, a assinatura que ultrapassa os campos do saber sedimentados na ambição classificatória (p. ex. enciclopédias e outras tentativas de classificação e organização \u201ctotal\u201d do saber, inspirados na Ilustração) da ciência moderna. Esta assinatura é o estado de exceção, a decisão soberana por meio da qual o direito é suspendido cotidianamente.