Exsicata significa amostra de plantas. É a forma de armazenar as amostras para estudo e análise. Uma metáfora para o objeto do livro. No chão do texto cada poema nasce enquanto é arrancado do poeta para exposição ao leitor. Exsicata excita e excede. Fica à mostra. Mostra-se. Fixa. O que liga os poemas é o cotidiano. Os poemas procuram (e o leitor encontra) dentro do cotidiano os grandes temas da humanidade, como sentido da vida e mortalidade. Para isso, o poeta se utiliza de cenas rotineiras, que vão desde o ato de caminhar, até observar o filho dormindo; desde apagar as luzes, até observar as constelações. Do comum aparece o inusitado. A leitura nos conduz do cotidiano para o espanto. As palavras se mexem, se contorcem e saltam entre o chão do concreto e o voo da abstração. O texto tem planta, chão e decola. Poemas que martelam textura e som. Por dentro, ecoam os grandes temas da humanidade, sem que se deixe de ouvir as marteladas da desconstrução desses temas.