Este livro sobre Abraham Palatnik (nascido em Natal, 1928) vem fazer justiça à obra de um dos artistas mais originais do cenário artístico brasileiro. Com texto e organização do crítico Luiz Camillo Osorio, o livro procura abranger a diversidade criativa do artista, conjugando sua produção de arte com a atividade de designer industrial. A obra procurou dar destaque ao artista-inventor, sua familiaridade e desenvoltura com motores, luzes, engrenagens e máquinas. Um dos pioneiros no cruzamento entre arte e tecnologia, Palatnik consta de todas as cronologias internacionais que tratam da arte cinética. Já na primeira Bienal de São Paulo, em 1951, ele quebrou todas as convenções com a criação do seu aparelho cinecromático. Era uma máquina de pintura, um aparelho lúdico de luz e cor. A obra não pôde concorrer a prêmios na Bienal, uma vez que não se enquadrava nas categorias tradicionais de desenho, pintura ou escultura. De lá para cá, ele seguiu um caminho original, realizando não apenas seus aparelhos cinecromáticos e objetos cinéticos, mas também um conjunto significativo de pinturas, relevos e objetos lúdicos além é claro de seus vários projetos industriais, com as patentes devidamente registradas. Através da apropriação de outros materiais como a madeira, o papel e a resina poliéster ele soube combinar o apuro formal à ilusão óptica do movimento.