Existem pessoas que merecem o inferno. Eu sou uma delas e, em alguma parte do caminho, ela também passou a ser. Na maioria das vezes, a escuridão abraça quem a merece. No meu caso, eu a escolhi, porque ter as trevas como companheira é quase reconfortante. Isso até ela aparecer e mudar algumas das minhas convicções. Não se trata de redenção, pois não a busco, muito menos a mereço. É sobre o quanto a luz pode ser repelida pela sombra e em como o fundo pode atingir o topo. Eu sou o caso perdido. Ela tenta ser seu próprio impulso. Ambos os lados sabem dos perigos, mesmo assim decidimos pular às cegas atrás de alívio para o que não tem cura. No fim, o declínio foi a estratégia mais arriscada e a única da qual não conseguimos escapar.