Excelente! Profundo! Arrebatador! Para um tipo de leitor que não se deixa seduzir pelo raso, pelo horizonte nítido, pelo delineamento corriqueiro, pela referência fácil. Com estrutura muito bem construída, A pedra de Babel é polifônica, uma incursão ao deserto de si, analogia da vida de todos. Mas tudo o que se possa dizer sobre o romance corre o risco da insuficiência, do apenas tangenciar o tamanho imenso da metáfora. Remete à espera ativa pelo que não se sabe ao certo sobre a existência. O amor? A divindade? O próprio sentido da vida? Aliás, lembra o compasso de espera do excelente A Fera na Selva, de Henry James. A forma se aproxima da escrita dos mestres. Lembrará Borges, talvez Rulfo, ou ainda o discurso interior de um Joyce.