Tambores à distância deve ser lido e relido se quisermos encarar – e derrotar – o fascismo. Se durante algum tempo pudemos acreditar que a via rumo ao progresso e à igualdade era de mão única, a última década provou estarmos muito enganados. A extrema direita está de volta, ameaçando direitos e liberdades que antes imaginávamos garantidos. Em 2020, quase 2 bilhões de pessoas estavam vivendo em países com governos com inclinações fascistas – entre eles Estados Unidos, Brasil e Índia, três dos cinco países mais populosos do mundo. Mesmo com Trump e Bolsonaro deixando o poder, o trumpismo e o bolsonarismo não vão arrefecer. Nada disso, afinal, aconteceu de uma hora para a outra. A verdade é que o trumpismo e o bolsonarismo, em sua essência, já existiam muito antes da eleição de Trump e de Bolsonaro. Grupos radicais da extrema direita vêm se organizando a partir de subculturas marginais, nas mais diversas partes do planeta, há muitos anos.