O leitor tem em mãos um livro que analisa a luta de muitos mestres de ofício pela conquista de sua cidadania. Homens livres descendentes de africanos, os trabalhadores que povoam esta obra viveram no Recife, entre 1836 e 1880, quando ainda vigia o escravismo. Eles organizaram uma associação de auxílio mútuo para combater dois estigmas que rondavam suas vidas cotidianas: o da escravidão e o do "defeito mecânico". A nova entidade estava alicerçada na cultura corporativa e seus objetivos eram a promoção de aulas noturnas, a prestação de socorros financeiros e a conquista de serviços para seus sócios. Entre outros feitos do grupo, a criação do Liceu de Artes e Ofícios foi um dos mais destacados.