O que Andy Warhol, Walt Disney, Tiffany e Chanel têm em comum? A expressão usual é economia criativa. Como a economia, porém, é sempre de algum modo criativa, Xavier Greffe, da Sorbonne, concentra-se naquilo que é de fato criativo, a arte, para avaliar seu peso na sociedade contemporânea e traçar sua história recente com o fato econômico. Recorrendo à filosofia e à estética tanto quanto à economia, o autor discute o papel da arte e da cultura a partir das crises de reestruturação econômica dos anos 70 do século XX, quando países como a Inglaterra (onde a expressão primeiro se firmou) viram na criatividade um meio para criar empregos e refundar valores num momento em que ruía o paradigma industrial. A arte como alavanca da sociedade é uma proposta de renovação da vida cotidiana e econômica. O tom provocativo deste livro não pode passar despercebido. Economia criativa é a mais recente palavra de ordem das políticas públicas e motor da iniciativa privada de ponta, numa época em que o poder econômico e cultural concentra-se nos produtores de novos conhecimentos cujos efeitos alteram radicalmente a vida humana. Vai longe, pelo menos nos países desenvolvidos, o tempo em que a riqueza nacional baseava-se na posse de matérias-primas ou, mesmo, na capacidade de transformá-las industrialmente. Hoje, essa riqueza e o avanço social por ela permitido dependem de uma economia fundada na informação e na inovação, que é a criatividade transformada em obra ou produto. Longe dos discursos ocos e repletos de banalidades que se limitam a louvar uma novidade que não o é tanto, neste livro de amplo escopo e claro nas proposições Xavier Greffe, professor da Sorbonne, mostra quais aspectos da arte são hoje de fato relevantes para o desenvolvimento. Evita as ideias feitas sobre o tema e investigando os conceitos relevantes de criatividade, o autor verifica como ela se manifesta nesta etapa do capitalismo avançado e quais os problemas práticos de gestão enfrentados pelos [...]