O húngaro Péter Esterházy (Budapeste, 1950) é considerado um dos principais escritores europeus contemporâneos, com mais de trinta livros publicados e traduções em cerca de vinte e cinco países. Uma mulher, seu primeiro título lançado no Brasil, faz um retrato original e bem-humorado da relação entre um homem e uma mulher - ou muitos homens e muitas mulheres. Das questões do cotidiano - a casa, o dinheiro, as famílias, filhos, o sexo, o trabalho, a comida -, até questões de história e política, Esterházy compõe um complexo mosaico da figura feminina. O mistério a ser decifrado é a singularidade dessa "uma" mulher que pode ser várias mulheres ou várias facetas de uma mesma (metamorfoseada das formas mais inusitadas). O autor alterna humores e sentimentos nos 97 fragmentos do livro, que podem ser lidos como uma série de diferentes histórias ou partes de uma mesma obra. Amor e ódio estão sempre presentes, tornando as coisas agitadas, como é comum nas relações amorosas. Porque no amor (assim como no livro de Esterházy) nada é definido nem definitivo, e um casal precisa sempre se lembrar por que é mesmo que decidiu ficar junto.