A opção por estudar os discursos e as práticas empresariais trilhando os procedimentos administrativos de licenciamento ambiental, que conduzem às permissões de construção e operação de grandes empreendimentos industriais, possibilitou o acesso ao lu gar da imaginação, em que as noções do mundo empresarial aparecem em sua forma idealizada. Um lugar, como disse Erving Goffman, no qual o ator pode abandonar a sua fachada, abster-se de representar e sair do personagem; uma região dos bastidores, em que as ilusões e impressões são abertamente construídas. É a partir desse lugar, frequentando escritórios e salas de reuniões, acompanhando trocas de e-mails, apoiando a preparação de eventos, participando de encontros privados entre empresários e me mbros da administração pública, enfim, posicionando-se onde só é possível circular portando um crachá, que Deborah Bronz descreve a ação empresarial dentro e fora dos eventos formais do licenciamento ambiental. Reunindo de maneira sagaz [...]