TELA ESCURA, o mais recente lançamento da Coleção Negra - Noir Europeu - dedicada aos mestres da literatura policial do Velho Continente, é um romance de clima noir e ramificações políticas, ambientado na conturbada Itália do pós-Segunda Guerra. Protagonizado pelo diretor de cinema Orson Welles, seus direitos de adaptação para o cinema já foram comprados por uma produtora americana que anunciou investimento de US$ 30 milhões na produção. A trama inicia em Roma, novembro de 1947. Um avião aterrissa na pista de Ciampino. A bordo está Orson Welles, o gênio do cinema, que se prepara para interpretar o papel do lendário Cagliostro na primeira grande produção realizada pelos americanos na Itália pós-guerra. Welles está fugindo de muitas coisas: dos credores, do macartismo, do ódio dos chefões de estúdios hollywoodianos, de uma vida sentimental cheia de desilusões, inclusive o recente divórcio de Rita Hayworth. Mas outras encrencas logo o aguardam: a morte acidental de um figurante durante as primeiras tomadas o arremessa numa teia de aranha de delitos e intrigas, na qual - logo ele que pratica o culto das ilusões -, não consegue mais distinguir a realidade do sonho. A verdade da mentira. As gravações, divididas entre o preguiçoso inverno romano, uma Veneza secreta e o pinheiral de Tombolo, são povoadas por prelados corruptos viciados em morfina, divas decadentes, gângsteres pitorescos, milionários ambíguos, investigadores problemáticos, policiais truculentos e espiões de toda espécie. À medida que a trama avança, desfilam personagens bem construídos ao lado de grandes nomes da história: o gangster Lucky Luciano, Federico Fellini, o político Giulio Andreotto e a atriz Lea Padovani, por quem Orson sempre foi apaixonado, embora não fosse um amor correspondido. TELA ESCURA é mais um livro instigante, assinado por Davide Ferrario que, além de refinada técnica literária, demonstra um enorme conhecimento da história de seu país e, principalmente, do mundo do cinema [...]