A teoria crítica pode ser uma práxis em si mesma, a teoria como uma maneira de potencializar a sensibilidade e a reflexão. Uma práxis que se manifesta na exposição pública do pensamento. Palavras ditas e escritas são partes materiais da realidade, dotadas do poder brando de agir sobre o mundo psíquico e social nos efeitos que produz. Sobretudo, há que levar o pensamento ao teste do tribunal da experiência, como prescreve o pragmaticismo na sua atração instintiva pelas coisas vivas. Pensar a tecnologia, nesta era do pós-digital, significa implicá-la nas táticas e estratégias do poder. O mundo digital cobra de quem se põe a pensá-lo que esse pensamento esteja mergulhado na prática, na vivência e participação naquilo que esse mundo tem a oferecer e para que possam ser perscrutadas suas ambivalências, paradoxos e contradições. São essas facetas que este livro visou explorar dando voz à política. Deixá-la falar como meio de atravessamento das densas sombras da contemporaneidade. [...]