Comédia é a vida pública cotidiana, desde o discurso do primeiro-ministro aos melodramas policiais que dominam as notícias. De fato, com o declínio do gênero cômico propriamente dito, atingiu-se o auge da farsa moderna: o lucro transformou o ridículo em respeitável modo de vida, pois a possibilidade de ser foi substituída pela necessidade de ter. O Espírito da Comédia é, em traços largos, uma reflexão acerca da banalidade, usando o autor como referências Aristóteles, Jünger, Castaneda e Cristo. Centrando-se em aspectos do Estado contemporâneo, a obra analisa ainda a idéia do Controlo sob a perspectiva dos respectivos princípios, ritos, colaboradores e valores supremos. O negócio do medo, os equívocos entre autodeterminação e terrorismo, contam-se entre os temas principais.