O autor apresenta um tratado que deveria ser imposto a políticos e empresários. Nesta obra é-nos, brilhantemente, oferecido um manancial de receitas para a acção vitoriosa. Sabemos que, no vocabulário ocidental, o termo eficácia designa a adequação dos meios e dos fins, da causa e do efeito. Não existe acção eficaz que não seja previamente guiada, organizada, estruturada por um modelo. No pensamento chinês, a eficácia muda de fórmula. Define-se o fim que se procura, porém os meios que permitem encontrá-lo jamais são definidos previamente. E isto porque o fim surge como a consequência de um processo: consequência do encadeamento dos factos que surgem em simultâneo com o desenvolvimento do real. Toda a inteligência da acção dita eficaz consistirá assim na adopção de uma atitude particular em relação à realidade em que nos encontramos: um "não-agir", expressão que não é necessário compreender como passividade, mas como uma certa maneira de coincidir com o movimento do real para, no momento certo, logo que a ocasião proporcione, inflectir o curso... no sentido que nos convém, por assim dizer." Dominique Antoine Grisoni, Le Point FRANÇOIS JULIEN especializou-se em sinologia, doutorou-se em Letras Estudos do Extremo Oriente. Ensina Filosofia e Estética da China clássica na Universidade de Paris VII, onde dirige o curso de língua e civilizações da Ásia Oriental. É presidente do Colégio Internacional de Filosofia em Paris.