A abóbora, o tabaco, a beladona, utilizado no famoso "ungüento das feiticeiras", panacéia delirante do século XVII, o café, que ajudou Honoré de Balzac a atravessar muitas e muitas noites em que se debruçou sobre A comédia humana, o ginseng, "essência soberana" da medicina chinesa, o lírio que aparece no Cântico dos cânticos, na Bíblia, para simbolizar, mais tarde, nobreza, na heráldica francesa. Jacques Brosse investiga origem e história das plantas mais ligadas ao homem, quer seja por sua origem simbólica, quer por seus usos, criando um livro admirável, a um só tempo fluente e instrutivo.Não é só a investigação do reino vegetal, em suas múltiplas formas, o que está em jogo: trata-se muito mais de fazer o leitor perceber, sem ecologismos fáceis, a riqueza de um universo amplo em cores, formas, tamanhos e sexualidade, cuja vida vem correndo paralela e entrelaçada à da humanidade, desde que o mundo é mundo. As plantas e sua magia, de Jacques Brosse, é um convite a uma viagem em que o didatismo cede lugar ao fantástico, e em que se descobre, através de um outro, o vegetal, nossos próprios caminhos.