Como introduzir a esfera sensível no campo político? O sensível costuma ser associado ao domínio das artes, às práticas do cuidado, à esfera do feminino. Já o poder costuma se conjugar com os verbos vencer, comandar, impor, dominar. Ora, não será esse um dos impasses do político trazidos à luz nas últimas décadas o paradigma falocêntrico, francamente sexista, que, por milênios, não apenas trancafiou as mulheres no lar enquanto deixava aos homens a gestão dos negócios da cidade, mas concebeu o exercício do próprio poder como sendo da ordem da guerra e da morte, reservando ao feminino o lugar da fragilidade e da vulnerabilidade? Peter Pál Pelbart, no Prefácio à edição brasileira Pensador não acadêmico de raciocínio acelerado e problematizador, Diego Sztulwark surge, em A ofensiva sensível, pela primeira vez como autor único, após décadas de escrever textos para o debate militante e elaborar intervenções como editor, organizador de grupos de estudo, colaborador de blogs, programas [...]