No livro "Um modernismo que veio depois" se pode encontrar textos sobre a arte no Brasil, publicados originalmente em catálogos, revistas e capítulos de livros. Produzidos entre 1995 e 2008, os textos são organizados segundo a cronologia “oficial” da história da arte no Brasil, partindo de reflexões sobre o modernismo da geração de 1992 até alcançar as obras de artistas atuantes já na segunda metade do século XX. A proposta central do livro é justamente colocar em evidência essa sequência cronológica, que para certa historiografia, coincide com uma trajetória que iria do “figurativo” ao “abstrato”.Desenvolvida a partir de um artigo de Mario de Andrade sobre Portinari, a idade de que o modernismo surge “depois” das vanguardas históricas – espécie de eixo condutor do livro – vai se sedimentando e desdobrando ao longo dos textos.Um desses desdobramentos é a observação da capacidade que alguns artistas locais têm de conciliar em suas obras, posturas estéticas tidas como contrárias ou mesmo antagônicas. Encarar esse problema consiste, sobretudo, no reconhecimento da complexidade dos debates estéticos no país, patente nas discussões sobre a questão do “retorno á ordem” e sobre o conceito de arte “abstratizante”.