Publicado pela primeira vez em 1938, o romance Vidas secas viria a se tornar a obra mais emblemática de Graciliano Ramos. Para celebrar o autor e manter vivos os temas que pautaram sua trajetória literária, a coletânea Árido reúne alguns dos mais promissores autores contemporâneos de todas as regiões do Brasil para contar as histórias de um povo que ainda, sob muitos aspectos, encara os mesmos desafios: fome, miséria, solidão, violência e abandono. A permanência no tempo é a mais evidente das formas de consagração de um escritor, porém o reconhecimento definitivo de sua importância só ocorre quando ele passa a influenciar outros autores, transformando-se de simples narrador em fonte de inspiração. Mais relevante do que nunca, a obra de Graciliano Ramos serve como ponto de partida e louvação para os muitos Fabianos, Sinhás Vitória, Baleias e meninos mais velhos e mais novos deste Brasil de coração árido. Estes contos nos transportam àquele ponto de convergência em que ser (...)