A exortação apostólica Amoris laetitia, do papa Francisco, analisou as questões mais urgentes e atuais em relação ao matrimônio e à família. Muitos a saudaram como uma mensagem libertadora; mas, ao mesmo tempo, ela se tornou objeto de duras críticas e controvérsias. Com palavras claras e categóricas, o cardeal Walter Kasper mostra que a exortação não está propondo uma nova doutrina, mas sim promovendo uma renovação criativa da tradição, baseada na concretude do evangelho e em perfeita sintonia com a visão do Concílio Vaticano II e dos dois pontificados precedentes. “Não deveríamos permitir que uma discussão tacanha [...] estragasse a alegria causada por tantas boas propostas de Amoris laetitia. Em vez disso, devería- mos acolher com gratidão o desafio lançado por essa exortação apostólica, entendendo-a como um kairós, uma oportunidade, para transformar a época da misericórdia, iniciada pelo papa Francisco em continuação à obra de seus antecessores, numa época de nova alegria (laetitia) na Igreja, e não de conflitos nefastos.”