Além de pintora fundamental para o desenvolvimento do ideário modernista brasileiro, Tarsila do Amaral é também autora de vasta produção escrita, publicada quase integralmente em jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro entre 1936 e 1956, e que engloba poemas, crônicas e um conto. Em sua maioria inéditos em livro, seus textos lançam luzes sobre facetas da artista pouco estudadas, porém bastante ricas, como, por exemplo, sua visão do meio artístico-cultural de São Paulo e, sobretudo, as estreitas relações da pintora com a cultura francesa, presentes nas crônicas. Nesses textos, as lembranças dos encontros com artistas europeus de vanguarda e uma extensa bibliografia francesa traduzida e comentada compõem a ponte que liga a autora Tarsila a seus leitores, e que passa pela França.