Os Estudos Culturais caracterizam-se por serem críticos, assumindo a dúvida como pressuposto para alcançar-se um conhecimento cujas características são uma epistemologia aberta à incerteza. Não surpreende que este livro se chame Estudos Culturais da Educação: questões abertas. Sobretudo para o âmbito da Educação, os Estudos Culturais são uma fecunda via de pesquisas, que, a partir da crítica radical às práticas educacionais e às escolares, em particular, propõe alternativas metodológicas e teóricas voltadas justamente para projetos de humanização. Ora, na contemporaneidade, tais projetos supõem a diversidade e a alteridade como referências indispensáveis, ainda mais valiosas quando parecerem estranhas e ameaçadoras aos hábitos e formas de pensar já consagradas. Nesse sentido, iluminados pelos Estudos Culturais, as autoras e os autores deste livro debruçam-se sobre problemas que, embora não sejam recentes, estão longe de encontrar respostas conclusivas; centralizando suas reflexões em torno da cultura, chamam a atenção para temáticas que somente em fins do século passado passaram a ser incluídas nos debates educacionais e que, ao menos para alguns, talvez ainda pareçam novas ou estranhas ao universo da escola: crise pós-moderna, relações de gênero, identidades múltiplas, efeitos da tecnologia na formação dos sujeitos, violência escolar, relação entre inclusão no ensino superior e empoderamento da pessoa com deficiência.