Foi uma honra ter lido antecipadamente, na forma de Dissertação de Mestrado, o texto que compõe o livro que a Mestra e Promotora de Justiça Chimelly Louise de Resenes Marcon apresenta ao mundo jurídico e científico. O mesmo entusiasmo com que recomendei a publicação do texto, acompanhado dos demais integrantes da banca que a avaliou, recomendo agora a leitura a todos os estudantes e estudiosos do Direito e áreas afins. Com apurado rigor metodológico e denso conteúdo científico, a autora fala de violência e de uma violência estrutural que deveria estar localizada em momentos históricos longínquos, mas está presente aqui e agora e consegue produzir um discurso tangenciado pela poesia. Uma fala dura sem perder a ternura, atributo maior dos grandes poetas e qualidade rara nos cientistas. Apesar da dor a que o tema remete, a leitura é prazerosa. O debate que a obra propõe é atual e impreterível. Tratar de igualdade [d]e gênero envolve temas que precisam vir à tona com a máxima intensidade para que seja possível dar-lhe efetiva concretude. É urgente para que se possa superar o atual estágio de discurso humanitário (concessão) e, finalmente, caminhar no sentido da humanidade. (Paulo de Tarso Brandão)