Ao contar a história da sua família, o meu amigo João Augusto Ribeiro Nardes dá-nos um testemunho vivo dos laços que têm ligado o Brasil a Portugal e, também, a outros cantos da Europa. É uma história verdadeiramente brasi-leira, porque, como acontece a muitas outras famílias nesse grande país, os Ribeiro Nardes são uma síntese de tantas e variadas influências que compõem hoje a imensa riqueza do Brasil. Eu e a minha mulher, Margarida, conhecemos o João Augusto e a sua mulher, Cristina, no final dos anos 70, quando estudamos em Genebra. A amizade que então fizemos aconteceu naturalmente, espontaneamente. Na verdade, também eu estou fortemente ligado ao Brasil, não só por razões familiares - o meu pai nasceu no Rio de Janeiro e ainda tenho família no Brasil -, mas também pelo fascínio que a sua cultura (popular e erudita), a sua música, a sua literatura, as suas artes plásticas e o seu povo despertam em mim. Sempre que visito o Brasil, seja em família, seja pelas funções oficiais que desempenho atualmente ou que desempenhei no passado, há sempre algo de novo para descobrir e conhecer; há sempre algo de novo a acontecer. O percurso dos Ribeiro Nardes, que continuará certamente com a descendência do João Augusto, fará parte dessa jornada extraordinária que é o futuro do Brasil, esse grande e querido País de que me sinto tão próximo. E o João Augusto Nardes faz parte dessa proximidade - a proximidade dos verda-deiros amigos. João Manuel Durão Barroso