Morris ensina, por exemplo, que as bochechas da fêmea despertam desde sempre o amor paternal dos homens: macias e lisas, lembram as faces dos bebês, evocando no macho o ancestral instinto protetor. O autor lembra que, num segundo momento, o rubor de bochechas pálidas passou a ser entendido como valorizado sinal de inocência virginal, até os tempos modernos transformarem o rosto bronzeado em indício de distinção social (como na Europa ocidental, onde passar férias na praia significa status privilegiado). Da análise minuciosa e individual de orelhas, olhos, pescoço, ombros, seios, quadril, barriga, nádegas e tantas outras partes do corpo, Morris busca entender como a anatomia feminina se transformou ao longo da história até resultar na mulher que hoje conhecemos - um organismo incomparavelmente evoluído e refinado, belo e funcional. Ou, nas palavras do próprio autor, "o mais fascinante tema do mundo: a mulher nua".