Esta obra reúne trabalhos apresentados no VI Simpósio Internacional de Filosofia Nietzsche e Deleuze: Imagem, Literatura, Educação, em Fortaleza, sob a coordenação do Laboratório de Estudos e Pesquisas da Subjetividade da Universidade Federal do Ceará (LEPS-UFC). A força singular desse Simpósio foi certamente deixar emergir a fragilidade e a estética do efêmero inserida em toda verdade, em todas as verdades, atribuindo à fragilidade um sentimento positivo. Se essa "descoberta" não imprime conforto às errâncias do pensamento, ela abre, contudo, perspectivas criativas e pouco conformes à antropologia/filosofia da espera ou da promessa, tema presente nesse Simpósio, elaborado de modo grave e instigante por Barbara Stiegler.Entre maio de 1968 e outubro de 1969, já consagrada na literatura brasileira, Clarice Lispector manteve uma seção na revista Manchete, onde publicava entrevistas com figuras importantes da cultura do país. Sob um título condizente com o de boa parte de sua obra - "Diálogos Possíveis com Clarice Lispector", a seção trazia um pouco do mundo dos amigos da escritora, que discorriam sobre diversos temas, pontuados com observações da especialíssima repórter, que voltou às entrevistas em fins de 1976, na revista "Fatos e Fotos - Gente", na qual permaneceu até outubro do ano seguinte, dois meses antes de morrer. Algumas das conversas de Clarice estão neste livro que, mais do que contar a vida e as opiniões de personalidades, revelam muito da escritora e do comportamento da época.