"Em 1993, Chico Science & Nação Zumbi entravam pela primeira vez em um estúdio profissional para gravar o disco Da lama ao caos. A cena Mangue, uma espécie de insurreição musical e estética coletiva, que surgia no início da década de noventa, extrapolava as noites de Recife para o primeiro show em São Paulo e uma imersão no lendário estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro. A mistura de rock, hip hop, funk e ritmos pernambucanos, como maracatu, ciranda e coco, ficou conhecida como Manguebeat e alcançou projeção internacional. As histórias dessa diversão levada a sério, como dizia Chico Science, desde as primeiras festas em Recife no inferninho Adília’s Place até o trágico acidente do líder da banda, são contadas neste livro por Lorena Calábria. A partir de muitas conversas com os músicos e parceiros de bandas, familiares e pessoas que fizeram parte da trajetória do álbum, a jornalista resgata a atmosfera da época para dar o tom do que significou o Manguebeat e o lançamento de Da lama ao caos na música brasileira. Sobre a banda Chico Science & Nação Zumbi foi a banda ícone do movimento Manguebeat e se tornou referência para a cena musical no país desde a década de 1990 até hoje. A formação responsável pelo disco Da lama ao caos era composta por Chico Science (voz), Lúcio Maia (guitarra), Dengue (baixo), Toca Ogan (percussão), Jorge du Peixe, Gilmar Bolla 8 e Gira (alfaias) e Canhoto (caixa). O cantor, compositor e líder da banda Chico Science foi uma espécie de cientista dos ritmos. Sua busca pela batida perfeita uniu de maneira extremamente original o regional ao universal, criando uma nova sonoridade para a música brasileira. Chico Science participou dos dois primeiros discos Da lama ao caos (1994) e Afrociberdelia (1996) e de duas turnês internacionais com a banda, antes de sofrer um acidente de carro fatal em 1997. Sobre a autora Lorena Calábria é jornalista de cultura, formada em Comunicação Social pela UERJ.