Como o próprio autor assegura, esta obra não nasceu do dia para a noite.Ao contrário, foi compilada pouco a pouco através de inúmeros anos, alinhavada num processo de sentimentos fortes,alguns até bastante doloridos, que só conseguiram ser atenuados quando foram plasmados em versos, a exemplo do " naquela noite': Senaquela noite / Ao invés dela / Tivesse cedido ao coração / Ao meu tímido e descompassado coração... / Então, não mais vagaríamos / Nesta cidade de ilusão / Por estas ruas tão cinzentas / Sob velada emoção!... E assim se sucedem dezenas de poemas forjados no forno ardente da paixão ou da frustação de sonhos não concretizados, em matizes variantes que podem servir como autênticas carapuças particulamente aos mais jovens, estes as maiores vítimas do aforismo: " De amor também se morre!" No que se refere ás cinco crônicas que pincelam o retrato de um povo singular , Cláudio Sampaio resume com o lirismo próprio dos poetas: "O Baiano é sempre aquele sujeito que carrega o mar dentro de si, sendo surfista, advogado ou motorista..."