As diversas etapas do poeta lírico, dividido entre a nostalgia do mundo essencial, que inclui um mito do amor, e a contingência histórica, onde todo amor é mundano e sujeito aos limites do tempo. Para situar esta oscilação no âmbito da modernidade, a autora recorre à dualidade que, segundo Octávio Paz, caracteriza a poesia moderna; analogia e ironia. O poeta divide-se entre o fascínio que o amor lhe inspira e a suspeita em relação a ele, determinada pelo sentimento de culpa e pela extrema consciência do limite humano. Tal ambigüidade na visão do amor estende-se à vida, fascinante, mas portadora de uma falta essencial.